FILOSOFIA DO COMPORTAMENTO ECONÔMICO
O QUE É?
A filosofia do comportamento econômico estuda os efeitos de fatores psicológicos, emocionais, cognitivos e sociais que influenciam os seres humanos em suas decisões econômico-financeiras e as consequências disso para o mercado, instituições e políticas públicas. A partir dos estudos e das pesquisas da psicologia econômica, das finanças comportamentais e da economia comportamental, coloca sobre estes os fundamentos filosóficos para analisar o que impele o indivíduo em suas ações e como estas refletem em sua vida econômica como resultante das escolhas que faz.
QUAL O SEU PRESSUPOSTO BÁSICO?
O foco da filosofia do comportamento econômico é o indivíduo e não o mercado, embora possa lhe ser uma ferramenta útil. Parte do pressuposto básico de que a economia, como pertencente ao ramo das ciências humanas e/ou das sociais aplicadas, tem como fim e meio o ser humano não só como indivíduo, mas também como membro de um corpo social que tem por objetivo a prosperidade econômica, onde, porém, cada participante é relevante para o resultado final. Por esta razão, resgata o conceito original de homem econômico (homo oeconomicus) definido por Stuart Mill como um ser capaz de usar a razão para tomar as decisões que lhe tragam o maior ganho, mas que também sofre influência das emoções por ser movido pelo desejo de riqueza.
A eficácia dos modelos econômicos e das políticas públicas propostos por estudiosos está baseada em limites pré-definidos, quando são consideradas “fatias finas de realidade”, como diria Uskali Mäki. Se todos os pressupostos considerados dentro desse limite estreito se confirmarem, o modelo é considerado eficiente. O que ocorre é que quando aplicados na vida real os modelos são colocados em operação por seres humanos de carne e osso que nem sempre agem conforme o que foi postulado e, por isso mesmo, acabam por causar distúrbios inesperados. O equilíbrio da economia está no uso da ciência para dar a direção a ser seguida em prol do desenvolvimento e riqueza da sociedade como um todo, mas tendo sempre como foco e objeto os indivíduos que colocam em prática os conselhos e direções apontados pela ciência.
Obs.: o termo homem econômico jamais foi utilizado por Stuart Mill, mas sim pelo economista Vilfredo Pareto (1848-1923) para identificar o indivíduo que executa ações exclusivamente no âmbito econômico. Pareto argumentava que o ser humano é muitos em um só: homo oeconomicus, homo religiosus, homo ethicus, etc., dependendo do ângulo em que seja considerado.
QUAL O SEU OBJETIVO?
Estudar o comportamento individual e social do ser humano com o intuito de dar a ele as ferramentas para que perceba seu agir enquanto ente inserido na economia de mercado de forma a resultar em escolhas conscientes que conduzam não só à sua própria riqueza, mas também à prosperidade da sociedade. Isso não exclui, no entanto, que a filosofia do comportamento econômico seja uma ferramenta eficiente também ao mercado e ao governo para que seus planejamentos e modelos sejam mais realistas ao refletirem a tendência das escolhas dos indivíduos.